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Famílias endividadas: Cartão de crédito passou a financiar sobrevivência, diz especialista

Written by on 13 de dezembro de 2025

No caixa do supermercado, o cartão é passado com o mesmo frio na barriga de sempre. Não é para parcelar celular, viagem, eletrodoméstico. É para levar arroz, leite, sabonete, remédio.

No extrato, a fatura cresce. No mês seguinte, o limite não acompanha. A conta virou um segundo salário — aquele que não existe no contracheque, mas sustenta parte da sobrevivência.

Essa cena não é exceção no Brasil de 2025. Famílias que ganham até 5 salários mínimos seguem como as mais endividadas do país, segundo a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor) da CNC (Confederação Nacional do Comércio). E o motivo principal tem nome e juros estratosféricos: cartão de crédito.

De acordo com o pesquisador Flávio Ataliba, do FGV Ibre, o cartão é responsável por mais de 90% das dívidas.

“Ele deixou de financiar sonhos e passou a financiar sobrevivência. A facilidade de uso, aliada à falta de educação financeira e aos juros altíssimos do rotativo, transformou o cartão em porta de entrada para um endividamento permanente”, destaca.

“A pessoa parcela a compra de alimentos em três vezes. No mês seguinte precisa comprar de novo, mas já entra com a parcela anterior para pagar. Isso encavala. Chega uma hora que o limite estoura. Aí paga só o mínimo e entra no rotativo, com juros acima de 400% ao ano. Quando percebe, está presa num ciclo que não nasceu de luxo, mas de arroz, leite, sobrevivência”, analisa.

Em outubro, o comprometimento da renda das famílias chegou a 28,8% , o maior nível já registrado, enquanto 10,23% do orçamento vai apenas para pagamento de juros.

 

Fonte: CNN Brasil

Imagem: Freepik

 


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