Petroleiros iniciam greve em todo o país nesta segunda após impasse com a Petrobras
Written by LiveFM Rádio on 15 de dezembro de 2025
Os petroleiros da Petrobras deram início a uma greve nesta segunda-feira (15), após semanas de assembleias e a rejeição da segunda contraproposta apresentada pela empresa para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). A paralisação ocorre por tempo indeterminado.
Segundo comunicado da Federação Única dos Petroleiros (FUP), entidade que representa os sindicatos dos trabalhadores da Petrobras em todo o país, a proposta apresentada pela companhia não avançou em três pontos centrais da negociação:
– Fim dos Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros, que promove descontos extras na remuneração de trabalhadores, aposentados e pensionistas para cobrir déficits do fundo de previdência da Petrobras;
– Aprimoramentos no plano de cargos e salários e garantias contra mecanismos de ajuste fiscal;
– Defesa de um modelo de negócios alinhado ao fortalecimento da estatal: barrar o avanço de parcerias e terceirizações que, na avaliação dos sindicatos, “precarizam o trabalho” e abrem caminho para privatizações.
“A categoria quer respeito, dignidade e uma justa distribuição da riqueza gerada”, afirmou a FUP em nota. “A greve aprovada nas assembleias é por um ACT forte, que recupere direitos perdidos, garanta condições decentes de trabalho e resolva de forma definitiva os equacionamentos da Petros.”
O movimento começou ainda na madrugada, com a entrega das operações de plataformas no Espírito Santo e no Norte Fluminense às equipes de contingência da empresa, além do Terminal Aquaviário de Coari, no Amazonas, onde houve adesão integral, segundo informações do sindicato.
Pela manhã, trabalhadores de ao menos seis refinarias — Regap (MG), Reduc (RJ), Replan (SP), Recap (SP), Revap (SP) e Repar (PR) — também aderiram à paralisação, sem troca de turno.
Para a FUP, o impasse se agrava diante do volume de recursos destinados aos acionistas. De acordo com o sindicato, apenas nos primeiros nove meses do ano, a Petrobras desembolsou R$ 37,3 bilhões em dividendos, enquanto, segundo os sindicatos, ofereceu um ganho real de apenas 0,5% no ACT, além de “retrocessos e diferenciações entre trabalhadores da holding e das subsidiárias”.
Em nota, a Petrobras informou que o movimento não causa impacto na produção de petróleo e derivados e que a empresa adotou medidas de contingência para assegurar a continuidade das operações garantindo o abastecimento ao mercado.
A Petrobras disse ainda, que “respeita o direito de manifestação dos empregados e mantém um canal permanente de diálogo com as entidades sindicais, independentemente de agendas externas ou manifestações públicas” e que “segue empenhada em concluir a negociação do acordo na mesa de negociações com as entidades sindicais”.
Fonte: g1.globo
Imagem: Sindipetro ES/FUP